Antigo Yishuv

Antigo Yishuv (em hebraico: היישוב הישן; romaniz.: haYishuv haYashan) é a designação comum para o conjunto de comunidades judaicas presentes na região da Palestina durante o período otomano[1] até o início das ondas de imigração modernas (aliot) que deram origem ao novo Yishuv no final da Primeira Guerra Mundial. Enquanto esse novo Yishuv foi caracterizado por ideologias seculares e sionistas que valorizavam o trabalho e a autossuficiência, o Antigo Yishuv era formado principalmente de judeus religiosos que dependiam de doações externas (halukka) para a sua subsistência.

O Antigo Yishuv evoluiu após um declínio significativo das comunidades judaicas na Terra de Israel durante a Antiguidade Tardia e o início da Idade Média, e era composto por três grupos. O primeiro grupo era formado pelas comunidades judaicas sefarditas de língua ladino se estabeleceram na região durante o final do período mameluco e o início do período otomano, juntamente com comunidades <i id="mwIQ">musta'arabi</i> de língua árabe, que já viviam lá desde antes da chegada do islamismo e tinham sido cultural e linguisticamente arabizadas. O segundo grupo era formado pelos judeus asquenazes, que imigraram da Europa no século XVIII e no início do século XIX. Uma terceira onda de membros do Yishuv chegou no final do século XIX, vindos da Europa, do Norte da África, do Iêmen, da Pérsia e do Cáucaso.[2] Essas migrações deram origem a duas comunidades distintas dentro do Antigo Yishuv: a comunidade formada pelo grupo de sefarditas e de musta'arabim e a comunidade formada pelos dois grupos de asquenazes.[3]

O Antigo Yishuv se concentrou nas Quatro Cidades SagradasJerusalém, Hebron, Tiberíades e Safed — mas também existiram comunidades menores em Jafa, Haifa, Peki'in, Acre, Nablus e Shfaram. Petah Tikva foi fundada em 1878 pelo Antigo Yishuv, mas também foi apoiada pelos sionistas que chegaram em seguida.

O termo "Antigo Yishuv" foi cunhado por membros do "Novo Yishuv" no final do século XIX. Hoje, os estudiosos geralmente concordam que o termo "Antigo Yishuv" não denota estritamente uma cronologia ou demografia, já que muitas comunidades classificadas sob esse termo chegaram na segunda metade do século XIX. No final do período otomano, as distinções entre o Antigo Yishuv e o Novo Yishuv tornaram-se confusas, especialmente em bairros urbanos e assentamentos agrícolas. No final do século XIX, o Antigo Yishuv compreendia 0,3% dos judeus do mundo, representando 2–5% da população da região da Palestina.[4] O estabelecimento de Rishon LeZion, o primeiro moshava fundado pelo Hovevei Zion em 1882, pode ser considerado o ponto de partida do "Novo Yishuv".

  1. Destruction and Reconstruction – the Jewish Quarter. For the 400 years of Ottoman rule in Jerusalem there was a Jewish community living inside the walls of the Old City. The community, which we call the “Old Yishuv,” was not a single, cohesive unit. Until the early 19th century the community consisted mainly of Sephardic Jews, descendants of the exiles from Spain with Ashkenazi (Hassidic and Mitnagdim) and Mizrahi Jews in the minority. Beginning in the mid-18th century Ashkenazi Jews begin to settle in the city, but not for extended periods. Arquivado em 2013-04-01 no Wayback Machine
  2. ברטל, ישראל. «הארץ ויהודיה». In: בן-נאה, ירון; הלד דילהרוזה, מיכל. הישוב הישן הספרדי בארץ ישראל (em hebraico). [S.l.]: מכון בן-צבי לחקר קהילות ישראל במזרח של יד בן-צבי והאוניברסיטה העברית. 16 páginas. ISSN 1565-0774 
  3. Abraham P. Bloch, One a day: an anthology of Jewish historical anniversaries for every day of the year, KTAV Publishing House, 1987, ISBN 978-0-88125-108-1, M1 Google Print, p. 278.
  4. Mendel, Yonatan (5 October 2014). The Creation of Israeli Arabic: Security and Politics in Arabic Studies in Israel. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK. 188 páginas. ISBN 978-1-137-33737-5  Verifique data em: |data= (ajuda)

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